quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Aniversariante do dia: Alcides Nogueira! Felicidades!!!



Devoto de São Judas Tadeu (hoje também é o dia dele!), natural de Botucatu- SP, autor teatral e verdadeiro colecionador de prêmios, novelista sensível, amante da Cidade-Luz, mas também completamente apaixonado pela Pauliceia Desvairada onde vive, bem como o interior do mesmo estado. Um pouco da pessoa maravilhosa que é nosso querido Alcides!


Quem o conhece pessoalmente se apaixona de cara! Simpaticíssimo como poucos, afetuoso como ninguém, de um humor refinado e com uma rapidez de raciocínio impressionante, Tide esbanja efervescência e carisma. Sua simples presença já é um acontecimento. A foto abaixo é um registro de nosso encontro breve, mas afetuoso em uma palestra sua do projeto “Autores”, na PUC-Rio. Um dia inesquecível!


Sua carreira em Tv é marcada por maravilhosas co-autorias em novelas de Sílvio de Abreu, Gilberto Braga, Walther Negrão e Lauro César Muniz; parceria fantástica como Maria Adelaide Amaral nas minisséries “JK” e “Um só coração” e trabalhos-solo da maior competência: o último foi “Ciranda de Pedra”(2007), que ganhou elogios rasgados do mestre Gilberto Braga, com quem dividiu a autoria da preciosa “Força de um desejo” (1999/2000).

Nesse dia tão especial, “Eu prefiro melão” deseja votos de um feliz aniversário e mais sucesso ainda em sua já vitoriosa trajetória.

Como uma pequena e singela homenagem, “Eu prefiro melão” publica o belíssimo clipe de apresentação de “Ciranda de Pedra”. Tide, querido, aceite esse presente como demonstração de minha admiração e afeto. Aproveite seu dia!

domingo, 25 de outubro de 2009

Melão Express: rapidinhas, mas saborosas – Ed. 3

  • O assunto do momento no meio televisivo é o alto investimento que o SBT parece estar disposto a fazer em seu núcleo de dramaturgia. As supostas contratações de Betty Faria (foto) e Carla Marins surpreenderam todo mundo e há muitos boatos, como por exemplo, que Betty teria assinado um contrato de 100 mil reais por mês e que Eduardo Moscovis e Wagner Moura teriam sido sondados para os papel de protagonista. O que é fato e o que é boato só o tempo irá dizer. Só nos resta aguardar e torcer. Desejo à minha amiga Renatinha Dias Gomes (que está felicíssima em escrever para Betty) e Tiago Santiago muito sucesso nessa nova empreitada. E vibro pelo fato de Betty (ao que parece) estar recebendo o tratamento de estrela de primeira grandeza que realmente merece no SBT, já que vinha sendo meio desprezada pela Globo.
 Toda essa movimentação só favorece os profissionais da área. Gera mais empregos e valoriza o trabalho de todo mundo. A própria Rede Globo já mostra sinais de que foi afetada, uma vez que grande parte do elenco de “Cama de Gato” esteve muito recentemente no ar em outras novelas como “Três Irmãs” e ”A favorita”. Quase uma Record e sua costumeira repetição de elenco. Por que não resgatam ótimos atores que há tempos não fazem novelas (basta dar uma olhada na comunidade “Por onde anda” do Orkut) ou investem em gente nova? “Viver a vida” é um exemplo de investimento em estreantes. Espero que essa onda também chegue ao time de roteiristas. Conheço vários talentosíssimos, em busca de um lugar ao sol!


  •  Falando um pouco de “Viver a Vida”, não tenho conseguido acompanhar com assiduidade porque estou trabalhando à noite, mas quando vejo me sinto incomodado com algumas coisas, a começar pela protagonista, Helena (Taís Araújo). A moça está sempre com cara de enjoada e é irritantemente perfeita. A graça das Helenas é o fato delas serem terrivelmente humanas e cometerem erros como todo mundo. Essa está perfeitinha demais e Taís me parece pouco espontânea.
  •  Ainda na linha “pouco espontânea”, a atuação da sempre ótima Camila Morgado também me incomoda um pouco. Aquelas cenas de gato e rato com o marido de sua prima soam um pouco artificiais, os movimentos teatrais e os gestos muito ensaiadinhos. Pouca naturalidade (o que é um crime em se tratando de uma trama do Maneco) e pouca química do casal. Já ss cenas entre Gustavo (Marcelo Airoldi) e Alice (Maria Luísa Mendonça) são bem mais divertidas e a química do casal é muito mais flagrante. Mesmo a la Samantha Jones tupiniquim, Maria Luísa Mendonça está ótima e mostra que estava fazendo falta na TV.
  •  Tudo bem que o trio de personagens interpretado por Natália do Vale, Lília Cabral e Letícia Spiller  (foto) abusa de cenas fúteis e banais. Mas as três estão muitíssimo à vontade no papel. Letícia Spiller precisava de uma personagem mais naturalista. Já Lilia e Natália emprestam uma naturalidade impressionante às suas falas. A gente acredita mesmo que aquelas mulheres existem de fato, o que é um sinal de um excelente trabalho das atrizes.


  • Das duas uma: ou o SBT conseguiu uma mega-liquidação de séries americanas ou tem dinheiro pra gastar á toa, já que exibe (ótimas) séries inéditas na TV aberta como “The closer”, “Nip e Tuck”, “Medium”, “Cold Case”, entre outras, altas horas da madrugada, onde a audiência é quase insignificante. Não que esteja reclamando, pois como bom notívago até agradeço. Só fico pensando que essas ótimas atrações poderiam fazer frente às outras emissoras se passassem em horários mais competitivos.

  •  Por fim, um reclamação: como se não bastasse o horário absurdo do excelente “Som Brasil”, ele já chega praticamente ao seu terceiro ano e só homenageou até agora compositores masculinos. Não entendo a razão para o Clube do Bolinha, já que contamos com excelentes compositoras de ontem, hoje e sempre como Rita Lee (foto), Dolores Duran, Angela RoRo, Adriana Calcanhotto, Maysa, Marisa Monte, Marina Lima, Dona Ivone Lara, só pra citar algumas...
Por hoje é só. Inté a próxima!

Série Memória Afetiva: Cinco atrizes que fazem falta na TV.



LÍDIA BRONDI

Essa é praticamente uma unanimidade e é a que o público mais pede pela sua volta. Ironicamente, ela abandonou a carreira por desejo próprio. E quase vinte anos afastada da TV ainda é lembrada por uma legião de fãs que não esquece seus inesquecíveis personagens, como a Solange de “Vale Tudo” ou a Leonora de “Tieta”. Lídia era ótima também como vilã, mas suas mocinhas são preciosas. A atriz sabia como poucas emprestar naturalidade a esses papéis sempre tão ingratos e que na maioria das vezes são suplantados pelas vilãs. O carisma de Lídia nunca deixou que isso acontecesse. As mocinhas de La Brondi nunca foram chatas ou bobocas. Ao contrário, elas exalavam ternura e sempre ganhavam a simpatia do público. Como a esperança é a última que morre, fica aqui o apelo e o imenso desejo que nossa Greta Garbo das telinhas possa um dia retornar em grande estilo.

LUCÉLIA SANTOS

Tudo bem que, volta e meia, a atriz reaparece em alguma produção, como na novela “Cidadão Brasileiro” (2006), na série “Donas de casa desesperadas” (2007) ou em um dos episódios de “Casos e acasos” (2008). Mas pra quem já foi uma das grandes estrelas das novelas nas décadas de 70 e 80, isso é muito pouco. Com o sucesso e fama internacional obtido com “A escrava Isaura”, Lucélia foi imediatamente alçada ao patamar de estrela de primeira grandeza e protagonizou inúmeras produções. Lucélia consegue ir da mais pura das criaturas à mais safada das mulheres com uma facilidade impressionante. Seu biotipo aparentemente frágil esconde uma atriz vigorosa de múltiplas possibilidades. Misteriosamente, nos anos 90, a Globo deixou de lhe prestigiar e ela reaparece esporadicamente em uma ou outra produção. Claro que sua paixão altamente correspondida pelos chineses e seu trabalho em teatro (a atriz atualmente está arrasando em “As traças da Paixão” de Alcides Nogueira) por vezes impedem um retorno mais efetivo. Mas fica a torcida para que ela retorne com um contrato longo e merecido e, principalmente, nos brinde com participações em muitas e muitas novelas.

BRUNA LOMBARDI

Ícone de beleza e sensualidade dos anos 80, Bruna foi (e ainda é) uma das mulheres mais desejadas do país e entrou, com seu marido Carlos Alberto Ricelli, para o rol dos casais queridinhos da TV. Muitos achavam que ela era apenas uma bela presença nas telas, mas Bruna calou a boca de muita gente ao encarnar com perfeição o complexo Diadorim da minissérie “Grande sertão: veredas” (1985). Ganhou respeitabilidade como atriz e teve ótimas atuações na minissérie “Memórias de um gigolô” e na novela “Roda de Fogo” (ambas de 1986). Nos anos 90, mostrou sua faceta de entrevistadora no talk show “Gente de expressão” e vive no exterior há muito tempo. Volta e meia reaparece em produções mais curtas como “O fim do mundo” (1996) e “O quinto dos infernos” (2002). Recentemente, também revelou um inesperado talento de roteirista com o filme “O signo da cidade” (2007). Chegou a ser sondada para ser uma das Cinquentinhas, minissérie de Aguinaldo Silva ainda em produção, mas não será desta vez ainda que mataremos as saudades dessa adorável atriz.

MAYARA MAGRI

Outra queridinha dos anos 80. Encantou e ditou moda como a Babi de “A gata comeu” (1985) e a partir daí teve papéis de destaque em inúmeras novelas, como “Roda de Fogo” (1986) e “O salvador da pátria” (1989). Nos anos 90 foi para o SBT e brilhou como a Justina de “Éramos seis” (1994) e mostrou que pode ir além das mocinhas bonitas e apresentar um trabalho mais denso. Depois de um período afastada, voltou às telas já casada com o diretor Herval Rossano no remake de “Escrava Isaura”, marco da retomada da Record às novelas em 2004. Passou a trabalhar como assistente de direção no SBT, mas com a morte do marido, tomou chá de sumiço. Sua aparição este ano em um dos episódios de “Toma lá dá cá” deu gostinho de quero mais!


NARJARA TURETTA

Talento promissor já na infância, até hoje é lembrada pela brilhante atuação como filha de Regina Duarte em “Malu Mulher” no final dos anos 70. Quem assiste ao DVD “Mulher 80” em que ela dá uma entrevista, se enternece com aquela pré-adolescente cheia de sonhos e com brilho nos olhos. Nos anos 80, teve bons papeis em novelas como “Amor com amor se paga” (1984), “Direito de amar” (1987) e “O salvador da pátria” (1989). A partir dos anos 90, suas aparições na TV começaram a rarear, mas sua participação em um dos episódios do “Você decide” como uma espécie de patinho feio veio comprovar a tremenda injustiça que é o seu afastamento das novelas. É acima de tudo, uma mulher multifacetada: já foi moeda da TV Pirata, candidata a vereadora, vendedora de água de côco (ocupação que exerce até hoje), palestrante motivacional, recepcionista em eventos e... atriz! Sim, Narjara continua atriz. Fora pequenas participações em algumas novelas, ela ensaiou uma volta na super povoada “Páginas da Vida” (2007). Mas em uma novela com mais de 100 personagens, fica realmente difícil ganhar algum destaque. Recentemente, filmou um curta do amigo Eduardo Nassife. A conferir. É impressionante como Narjara conta com uma forte torcida para que ela volte pra valer às novelas. Prova disso são as comunidades no Orkut dedicadas a ela. Só resta repetir o coro de uma dessas comunidades (por acaso criada por este que vos fala...rs!): VOLTA, NARJARA!!!

O Melão quer saber: de quais atrizes você sente falta? Não precisa ser cinco, tá? rs...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Criei um quiz sobre "Tieta" no Facebook.

Amigos facebookianos!

Depois de muito esforço e de bilhões de neurônios gastos pra tentar fazer a coisa funcionar, criei um quiz no Facebook....rs! Nem acredito que consegui.

"Quem é você em Tieta?"

Segue o link para o aplicativo: http://apps.facebook.com/quizcreator/quizzes/405317/portal

Espero que façam, comentem e divirtam-se!

Inté!

P.S: Tambpem criei um para os "homi" da novela:
http://apps.facebook.com/que-personage-beabhj/?start=1&target=home

Respondam e me contem tudo dispois...

domingo, 18 de outubro de 2009

Série Memória Afetiva: CINCO NOVELAS QUE GOSTARIA DE TER ASSISTIDO.

Nesse caso, a memória afetiva está mais presente nas cenas, histórias e canções do que nas novelas propriamente ditas. De alguma forma ou de outra, meu interesse foi despertado, mas minha idade não permitiu que eu assistisse a elas:



1. ESTÚPIDO CUPIDO (1976/77)

Passei a infância inteira ouvindo e curtindo (muito) os LP’s dessa novela que minhas primas tinham. Ouvia "Ritmo da Chuva", "Banho de lua", "Broto Legal", entre outras, e tentando decifrar as fotos da capa do disco e imaginava como seriam as tramas. Talvez daí tenha surgido minha paixão pelos anos 50/60. Fico imaginando o concurso de miss, amores impossíveis, bailes, danças, costumes de uma cidade pequena em plenos anos dourados. E as histórias que contam de que a novela foi uma verdadeira coqueluche na época aguçam ainda mais a minha curiosidade. Consegui até assistir a dois capítulos da novela e deu gostinho de quero mais.

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2. LOUCO AMOR (1983)

Nem é uma das favoritas do autor Gilberto Braga. O próprio autor já declarou que não gosta da novela.
Mas tenho uma memória remota dessa trama. Sua vilã, Renata Dumont (Teresa Rachel) foi a primeira que me impressionou. Na época, ainda sem discernimento, acreditava que a atriz Teresa Rachel era má de verdade e tinha medo dela....rs! Quando assisti no Youtube ao primeiro capítulo da novela, achei a trama deliciosamente envolvente e me deu até comichões para assistir ao restante. Gilberto soube prender o espectador logo de cara no primeiro capítulo com o amor proibido entre Luiz Carlos e Patrícia (Fabio Jr. e Bruna Lombardi). Depois consegui assistir ao último capítulo e à maravilhosa cena em que Renata é desmascarada e todos descobrem que ela, na verdade, se chamava Agetilde. Folhetim clássico, mas com o charme que só as tramas de Giba possuem. Deliciosamente irônica. Queria muito ter assistido ao miolo dessa novela.

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3. PAI HERÓI (1979)

Minha impressão sempre foi de que essa novela era muito triste. Depressiva até a julgar pela abertura pra lá de emocionante. A maga Janete Clair em mais uma de suas deliciosas sagas. Tive acesso ao especial “Festival 15 anos” que a Globo exibiu e, ao ver a compilação dessa novela, pude notar que era deliciosa e fiquei com muita vontade de conhecer melhor os capítulos. Tony Ramos e Elizabeth Savalla formaram um lindo par e Glória Menezes num papel bem diferente do que estava acostumada.

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4. VÉU DE NOIVA (1969)

Essa nem em mesa branca eu verei algum dia. Totalmente destruída por um incêndio. A vontade, nesse caso, é de conferir do trabalho de duas das maiores divas da TV, Regina Duarte e Betty Faria, ainda em início de carreira, belas e rivais na luta pelo amor de Cláudio Marzo. Tirando a minissérie “Incidente em Antares”, em que elas mal contracenaram, não tenho lembrança de um outro encontro das duas atrizes em novelas. Seria muito interessante vê-las, de características opostas, novamente juntas em outra produção. Tomara que esse encontro volte a acontecer algum dia.

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5. O BOFE (1972)

Tá certo que dizem que a novela não foi nenhum estouro. Até porque sua trama ousada e debochada não era mesmo para agradar a gregos e troianos. A descrição dos personagens caricatos e o elenco que os representava são um convite irresistível para viajar no deboche de Bráulio Pedroso. Só Ziembinski no papel de Dona Stanislava já valia a olhadela. Outra na linha do “quem viu, viu. Quem não viu, não verá mais”!
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“Eu prefiro melão” pergunta: que novelas vocês não viram, mas gostariam de ter assistido?

sábado, 10 de outubro de 2009

Melão Express: Rapidinhas, mas saborosas – Ed. 2

> PÁRA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!

O Ministério Público ataca novamente. Notificou Manoel Carlos, que anunciou a idade de uma das vilãs de sua nova novela, “Viver a vida”, a atriz Klara Castanho, de 8 anos.
"Nem todas as manifestações artísticas são passíveis de serem exercidas por crianças e adolescentes. Uma criança de oito anos não tem discernimento e formação biopsicossocial para separar o que é realidade daquilo que é ficção. Isso sem contar com as eventuais manifestações de hostilidade que ela pode vir a sofrer por parte do público e não compreendê-las", explicam as procuradoras Maria Vitória Sussekind e Danielle Cramer.
Caso ignore as recomendações, Manoel Carlos pode sofrer uma baixa em sua trama. O descumprimento obriga o autor à adequação do personagem ou, até mesmo, ao afastamento deste.



> Só fico com pena da Klara Castanho. Tão jovem e com um talento nato, já comprovado em "Mothern" e agora teria a chance de mostrar seu talento para o grande público, vai ter sua participação na novela prejudicada por causa da esquizofrenia desse MP, que tinha mais era que se preocupar com as milhares de crianças carentes cheirando cola, fumando crack e se prostituindo pelas ruas. Reflexos de um mundo assolado pelo politicamente correto que extrapola sempre os limites do bom senso. O que mais irrita nesse caso é menosprezar a criança.

> Por essas e outras é que ando mais voltado para as grandes produções do passado. Estou inebriado de “Tieta”. Desde que recebi de presente a novela completa de meu grande amigo Ronaly, simplesmente não consigo parar de assistir. Que novela deliciosa, irreverente, debochada e extremamente moderna. Inclusive para os tempos de hoje. Muito mais vanguarda do que as produções atuais, tão patrulhadas pelos hipócritas e moralistas de plantão.

> Um exemplo de vanguarda foi uma cena a qual assisti ontem. Ricardo (Cássio Gabus Mendes), o jovem seminarista, desfilando pela cidade de shortinho curto e sendo cobiçado por todas as mulheres que ao vê-lo passar gritam “cabrito”! Cena aparentemente inocente, mas extremamente transgressiva, pois inverte os papéis de gênero que até hoje perduram na sociedade.

> Uma coisa não se pode negar. Aguinaldo Silva é extremamente generoso com seu elenco. Ele escreve sempre novelas de atores, em que as interpretações estão acima até da própria trama. Todo mundo tem chance de brilhar. A cada capítulo de “Tieta”, um show de alguém do elenco, de Armando Bogus a Cristina Galvão (tinha me esquecido de como ela é boa atriz). A impressão que dá é que “Tieta” diverte não só o espectador. O alto astral da novela é tão evidente que o elenco parece também ter se divertido bastante.



> Outra constatação ao assistir “Tieta”. Na maioria das vezes, uma novela é lembrada muito mais por suas cenas iniciais ou finais. Mas há tantas cenas antológicas no decorrer da novela e elas acabam fatalmente caindo no esquecimento. Um exemplo foi um delicioso embate entre Tieta (Betty Faria) e Perpétua (Joana Fomm). Além do texto maravilhoso, as duas atrizes em estado de graça, cada uma ao seu estilo. E o melhor não é o que era dito. Era o que ficava nas entrelinhas, sugerido pelos gestos e olhares das duas. Genial.

> Voltando ao presente, a pedido do leitor e amigo Edu, que assina os comentários como “Aldeia” (!), comento a nova edição do “Brazil’s next top model”. Confesso que gosto muito mais da versão americana, sobretudo pela apresentadora e pela maior diversidade de tipos entre as candidatas. Mas o programa não deixa de ser divertido. Confesso que gosto muito mais das provas propriamente ditas do que a parte “BBB” do programa. Um monte de modelo gritando e brigando numa casa é um pouco duro de agüentar....rs!

> Por fim, algumas palavras sobre a estréia de “Cama de Gato”. Não vi os dois capítulos iniciais. Mas quando comecei a ver consegui me inteirar de toda a história. Mérito total das autoras, Duca Rachid e Thelma Guedes, que conseguem dar agilidade à trama, mas ao mesmo tempo não perder de vista o espectador que chega depois. Além disso, direção super caprichada. Ação na dose certa. Tudo para ser um gol de placa!

> Passo o feriado em Petrópolis e volto na semana que vem. Não reparem se eu voltar a falar de “Tieta”. Bom feriado a todos e até a volta!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Força de um desejo: chamada de estreia.


Para matar as saudades de uma trama absolutamente primorosa. A chamada da novela já anunciava que vinha coisa fina por aí.
"Força de um desejo", dos geniais Gilberto Braga e Alcides Nogueira. Direção geral de Marcos Paulo e Mauro Mendonça Filho. Elenco estelar encabeçado por Malu Mader, Reginaldo Faria, Fábio Assunção, Selton Mello, Cláudia Abreu, Paulo Betti e Nathália Thimberg. Lavínia Vlasak e Denise del Vecchio são outros dois destaques positivos.
Uma pérola de delicadeza em pleno horário das seis da Rede Globo exibida entre maio de 99 e janeiro de 2000. Apreciem!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Lilian Lemmertz: a “mãe” de todas as Helenas e favorita do blog!



Em palestra realizada no CCBB do Rio no ano passado durante o evento “Eu vejo novela”, Manoel Carlos, em resposta à provocativa pergunta de Heloísa Buarque de Holanda confessou: todas as suas Helenas eram, na verdade, a mesma mulher.
Seja como for, elas estão sempre presentes nas tramas do autor. Há quem diga que até a Raquel (Irene Ravache) em “Sol de verão” também era uma dessas Helenas. Se elas são a mesma mulher, Maneco, então, mostra nuances diferentes dessa mesma mulher a cada novela? Como diz Dona Milu: “mistéééério”. O que elas têm em comum, inegavelmente, é o fato de serem imperfeitas, abnegadas e, por isso mesmo, assustadoramente humanas. Mas as que guardam um grande segredo parecem ser as favoritas do público. Pelo menos, do público que freqüenta este blog. Vejamos o resultado de nossa enquete sobre a Helena Favorita:


1º lugar – Helena de “Baila Comigo”: Lilian Lemmertz – 28% (13 votos)


Surpreendentemente a mais antiga de todas foi a campeã. Muito em parte graças à aura Cult que povoa o imaginário televisivo em relação à saudosa e talentosíssima Lilian Lemmertz. A mais humilde e sofrida de todas, Com o minimalismo dos gestos de Lilian e sua emocionada interpretação, a Helena de “Baila Comigo” conquistou o coração do Brasil. Com certeza, a Helena de olhar mais intenso e semblante mais sofrido, que carregava o peso da culpa de ter separado seus filhos gêmeos no nascimento. Eterna Lilian!


2º lugar – Helena de “História de amor”: Regina Duarte – 26% (12 votos)


Parece que os leitores deste blog admiram as Helenas mais simples e batalhadoras. Essa, a primeira de Regina Duarte, era a mais cotidiana de todas, a que mais reclamava na feira do preço do chuchu. Não levava desaforo pra casa e ainda ganhou o páreo na disputa pelo cobiçado médico vivido por José Mayer, deixando pra trás ninguém menos que Carolina Ferraz e Lilia Cabral. A esta Helena, cabia também aturar o temperamento forte da filha mimada Joyce (Carla Marins) e, é claro, no final, um grande segredo. Sua filha era, na verdade, sobrinha. Depois de muitas lágrimas, um final feliz. Maneco por excelência.

3º lugar – Helena de “Laços de Família”: Vera Fischer – 22% (10 votos)



A mais “leblonense” das Helenas. Apesar de linda e sofisticada, a Helena de “Laços da Família”, não deixava de ser sofrida e abnegada. Abriu mão do amor de Edu (Reynaldo Gianecchini) em favor da filha, a insuportável Camila (Carolina Dieckmann). Como se não bastasse, para salvar a filha da leucemia, foi obrigada a revelar o segredo (sem segredo não é Maneco, né?) sobre o verdadeiro pai de sua filha: Pedro (José Mayer na variação de garanhão rústico). Helena foi capaz de premeditar uma noite de amor com Pedro para engravidar e salvar a vida da filha. Dramalhão mexicano disfarçado pela bossa-nova e pelo cenário chique e cool das paisagens do Leblon.


                                                   
4º lugar – Helena de “Felicidade”: Maitê Proença – 20% (9 votos)

Longe das areias do Leblon, a chamada já anunciava: Helena é a moça mais bonita da cidade. No caso, Vila Feliz, interior de Minas. Como não poderia deixar de ser, também tem uma boa dose de abnegação ao abrir mão do grande amor (Tony Ramos), que estava de casamento marcado com Debora (Vivianne Pasmanter) e se casar com Mário (Herson Capri). Pra variar, guarda um segredo: a paternidade de sua filha Bia (Tatiane Goulart), que na verdade é filha do personagem de Tony. Uma trama simples, mas bem contada.





5º lugar – Helena de “Por amor”: Regina Duarte e “Viver a vida”: Taís Araújo – 17% (8 votos)











A Helena de “Por amor”, sem dúvida, é a mais polêmica e passional de todas e por isso mesmo, divide opiniões. Ela foi capaz de trocar o filho morto da filha, Eduarda (Gabriela Duarte), a mala da vez, por seu filho saudável para que ela não sofresse. Tal atitude é, no mínimo, controvertida: uns acham que representa o sacrifício e abnegação suprema por amor à filha; outros acham que é um egoísmo sem fim, uma vez que ela não levou em conta o sofrimento do marido, Atílio (Antonio Fagundes). Aliás, a frase de Atílio para Helena se tornou emblemática: “você não sabe amar, mas pode aprender”. Dispensa maiores comentários.

Já a Helena de “Viver a vida”, surpreendentemente chega a essa colocação ainda com muito pouco a ser falado, a não ser o pioneirismo de ser a primeira Helena negra e mais jovem. Algumas coisas já percebemos: ela é a mais glamourosa de todas e faz a linha boa-moça. O que essa personagem nos revela, só o tempo (e a imaginação de Maneco e equipe) nos dirão.







6º lugar - Helena de “Mulheres Apaixonadas”: Christiane Torloni – 13% (6 votos)




Curiosamente, esta helena não tinha segredo algum. Ao contrário, ela é quem foi enganada pelo marido Téo, que a faz criar o filho de sua amante sem que ela soubesse. Fora o seu interesse pelo garanhão José Mayer, a Helena de Torloni, que era a diretora de um colégio, se ocupava mais em resolver os problemas dos outros do que os dela mesma. Talvez por isso, tenha ficado um pouco ofuscada na trama.








7º lugar – Helena de “Páginas da Vida”: Regina Duarte – 4% (2 votos)


Segurando a lanterna, esta Helena, talvez tenha sido a mais passiva de todas. Traída logo no início da novela, seu segredo foi realmente um ato de abnegação. Decidiu criar Clarinha (Joana Mocarzel), criança com síndrome de down e passou a novela escondendo a identidade da filha adotiva para protegê-la da avó amarga e má, Lilia Cabral, dona de todas as cenas da novela. O maior pecado, talvez, esteja na forma como a trama foi conduzida do que pela atuação de Regina propriamente dita.

É isso! Mais uma enquete realizada. Abraços e até a próxima!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Série “Memória Afetiva”

5 novelas das seis que amo!

Antes de tudo, é preciso que se deixe claro que não se trata de um TOP 5, muito menos de ser uma lista das cinco melhores novelas das seis de todos os tempos. Este blog não tem e nunca terá a pretensão de ser generalizante ou ditar regras e opiniões definitivas. Trata-se apenas de comentar um pouco sobre cinco novelas que me deram muito prazer em assistir e que, de uma forma ou de outra, marcaram minha memória e minha emoção. São elas:

ANJO MAU (1997)

Não assisti à primeira versão de Cassiano Gabus Mendes, por isso nem posso comparar. Mas concordo com a autora do remake, Maria Adelaide Amaral, que não fazia mais sentido vinte anos depois repetir a mesma situação. Nem por isso a trama da babá Nice (Glória Pires) e sua saga em busca do amor do patrão Rodrigo (Kadu Moliterno) perdeu o charme. De vilã dos anos 70, Nice passou a heroína. Mais um belo trabalho de Glória Pires. Mas os destaques foram para Leonardo Brício, perfeito como o bon vivant Ricardo e Paula (Alessandra Negrini), o verdadeiro anjo mau dessa versão.

FERA RADICAL (1988)


Não sei ao certo se pode ser chamada de um remake de “Cavalo de aço”, escrita pelo mesmo autor Walther Negrão. Certamente, a novela de 73 serviu mais como inspiração para essa trama rural moderna e envolvente, na qual a bela e intrépida Cláudia (a sempre linda Malu Mader) retorna à cidade onde viveu na infância para vingar-se da morte dos pais. No entanto, o tiro sai pela culatra e ela acaba se envolvendo com o filho de seus inimigos (o sempre garanhão José Mayer). Mesmo sendo um folhetim clássico, o charme da trama estava nessa mistura do moderno com o tradicional: Malu Mader com roupa de couro em cima de uma moto e com habilidade em trabalhar com computadores versus José Mayer como o cowboy bronco e viril. A dupla deu certo, mas o show absoluto foi da maravilhosa Yara Amaral, que infernizou a mocinha até o fim na pele da vilã Joana Flores. Inesquecível!


FORÇA DE UM DESEJO (1999)


Junte uma sinopse maravilhosa de Alcides Nogueira e a habilidade para o “bas-fond” e o charme do texto de Gilberto Braga e teremos, talvez, a mais requintada novela das seis da história da teledramaturgia. Tudo na novela era um deslumbre: desde o primoroso texto dos autores, passando pelo capricho e beleza da produção até o afiado e talentoso elenco. “Força de um desejo” é daquelas novelas raras, bem realizadas e envolventes, com um quê de qualidade de cinema. Gilberto Braga transpôs para uma trama de época elementos de suas novelas contemporâneas: alpinismo social, conflitos familiares e o tradicional “quem matou”. Malu Mader, bela e radiante como a cortesã Esther, disputada por pai e filho, polarizou as atenções. Muitos foram os destaques do elenco: Reginaldo Faria, Selton Mello, Lavínia Vlasak, Denise Del Vecchio e, principalmente, Nathália Thimberg (com uma vilã à altura de seu talento) e Claudia Abreu, como uma espécie de Isaura com neurônios, entre outros. Uma pérola de delicadeza!

A GATA COMEU (1985)


Ivani Ribeiro é a rainha absoluta até hoje de histórias simples e envolventes. Ela sempre consegue uma simplicidade rara em suas tramas, que são inocentes sem jamais menosprezar o telespectador. “A gata comeu” é um belo exemplo de trama que caiu no gosto absoluto do público e se sagrou como um dos maiores sucessos do horário. Remake de “A barba azul”, que a autora escreveu na Tupi, as desventuras da megera indomada Jô Penteado (Christiane Torloni) e do certinho Professor Fábio Nuno Leal Maia na contramão de seus tipos habituais) divertiram o público pra valer. Mas naquela romântica Urca dos anos 80 uma galeria de personagens inesquecíveis ainda povoam a memória de muita gente como o falso conde Vitório (Laerte Morrone); o falso cego Braguinha (Élcio Romar) apaixonado pelo pitelzinho Babi (Mayara Magri), filha dos hilários Tetê e Gugu (Marilu Bueno e Claudio Correa e castro), que divertiram o público com sua gravidez tardia; o malandro Oscar (Luiz carlos Arutin) que usava e abusava da bondosa Ceição (Dirce Migliaccio); a doce Zazá (Aracy Cardoso) e sua singela solteirice; a mimada Paula (Fátima Freire) e sua mãe, a megera Ofélia (Diana Morel); as irmãs de Jô: a invejosa Gláucia (Bia Seidl) e a gente boa Lenita (Deborah Evelyn), enfim... a lista de ótimos personagens é interminável. Mas o que marcou mesmo minha infância foi o Clube dos Curumins, formado pelas crianças da novela, entre elas Danton Mello e Juliana Martins. Cheguei até a fundar um clube com o mesmo nome no bairro onde morava...rs! Doces lembranças de uma época e de uma novela inesquecível.


BAMBOLÊ (1987)

Mesmo esquecidinha do público, é minha novela-xodó! De autoria do saudoso Daniel Más. Lírica, romântica, bonitinha. Como apaixonado pelos 50’s que sou, essa é a novela que gostaria de ter escrito. Tudo na novela me encantava: as três irmãs vividas por Miriam Rios, Thaís de Campos e Carla Marins; Maurício Mattar, como o rebelde Murilo, no melhor estilo James Dean; o charme das veteranas Sandra Bréa e Mila Moreira; Joana Fomm, arrasando com mais uma vilã; e uma irresistível trilha sonora, com destaque para “An affair to remember” de Nat King Cole, “Moon River”, “You are my destiny” e “Festa do amor” da Patrícia, sensação nas festinhas da época. No entanto, minha favorita é “Eu sei que vou te amar” em interpretação sensível e surpreendente de Carla Daniel, que na novela, fazia uma espécie de Nara Leão. Ainda tinha a deliciosa trama da divorciada Marta (Suzana Vieira) às voltas com o conquistador barato vivido por Claudio Marzo. O tema de abertura cantado por Léo Jaime é delicioso. Enfim, foi uma novela simpática, romântica, e pra mim, muito inspiradora. Pode-se dizer que, graças a “Bambolê”, tomei gosto pela escrita teledramatúrgica. Guardo a novela com carinho em um lugar muito especial no rol de minhas recordações mais preciosas.


E vocês? O que acham dessas novelas? Quais suas novelas das seis favoritas? Participem!

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